O eterno detective belga


Conheci Hercule Poirot seis semanas antes da noite de quinta-feira que descrevi, quando alugou um quarto numa casa de Londres que pertence a Mrs. Blanche Unsworth.
É um edifício espaçoso e impecavelmente limpo com uma fachada angular e bastante severa, e um interior que não podia ser mais feminino; há folhos, rendas e enfeites por todo o lado. Por vezes temo sair para trabalhar um dia e descobrir que de alguma forma uma franja lilás de algum objeto da sala de estar se agarrou ao meu cotovelo ou 
ao meu sapato. 

Ao contrio de mim, conheci o grande detetive fictício e protagonista da maioria dos livros de Agatha Christie, no cinema vivido por Albert Finney e por Sir Peter Ustinov e 
na série televisiva por David Suchet.  
Sophie Hannah foi a escritora escolhida para dar nova vida ao incomparável Hercule Poirot e, na minha opinião, falhou.

Kommentare

  1. Concordo contigo: se a ideia era fazer renascer o velho detetive belga, Sophie falhou redondamente. Mas como suponho que a ideia fosse a de ganhar bom dinheiro com a venda do livro (e a óbvia curiosidade dos leitores), talvez o falhanço não tenha sido assim tão completo...

    Beijocas

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    1. Como tu própria escreves na tua excelente critíca sobre a nova trama de Hercule Poirot, a britânica Sophie Hannah é novelista de prestígio no Reino Unido e não precisa de ganhar bom dinheiro.

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  2. Por norma é o que acontece quando alguém tenta renascer uma personagem criada e alimentada por muito tempo por um génio anterior.
    Embora concorde com o comentário anterior, mas por mim a curiosidade não vai alimentar o aproveitamento da nova autora.

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    1. Não li por curiosidade Os Crimes do Monograma.
      O romance da Sophie Hannah estava à minha espera na mesinha de cabeceira do meu quarto em Vila Nova de Gaia e, aí o deixei, depois de uma leitura dolorosa, quando regressei a Düsseldorf.

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  3. Eu concordo com o Carlos Faria, será um "sol de pouca dura"...mas também não podemos esquecer que há gostos para tudo!
    xx

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    1. A autora de Gone Girl, Gillian Flynn, gostou.

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  4. ~~ Comparando às séries atuais sobre investigação de crimes, as descobertas de Poirot parecem histórias infantis, com o mesmo valor de peças de museu, que documentam história.

    ~~~~ Abraço, desejando excelente semana. ~~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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    1. Concordo em absoluto com o teu comentário.

      Também te desejo uma excelente semana, Majo, com ou sem Hercule Poirot.

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  5. Há personagens que só vivem na imaginação dos seus criadores, ematejoca.
    Entrar na imaginação do autor para se apropriar dessa personagem em todas as suas facetas é tarefe impossível.

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    1. Nunca li nenhum romance da Agatha Christie com o grande detetive belga como protagonista, portanto, a razão da minha critíca é uma outra.

      Há no romance de Sophie Hannah, Os Crimes do Monograma, uma quantidade muito grande de reviravoltas que, mesmo com surpresas interessantes, não deixam de soar forçadas.
      Os detalhes são tantos que a explicação de Hercule Poirot toma nada menos que cinquenta páginas.

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  6. Monsieur Poirot é criação de Agatha Christie e acabou quando a autora o fez morrer num dos últimos romances. Ponto.
    Li todos os romances policiais desta autora e gostei de todos muito. Os de M. Pourot eram especiais.

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