Natal de 1971

Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
 Dos que não são cristãos?
 O de quem traz às costas
as cinzas de milhões?
 Natal de paz agora
nesta terra de sangue?
 Natal de liberdade
num mundo de oprimidos?
 Natal de uma justiça
roubada sempre a todos?
 Natal de ser-se igual
em ser-se concebido,
em de um ventre nascer-se,
em por amor sofrer-se,
em de morte morrer-se,
 e de ser-se esquecido?


Jorge de Sena

Kommentare

  1. ~ ~ A grande mágoa, à flor da pele, do sobredotado escritor. ~ ~

    ~ Perseguido pela ditadura, foi marginalizado após o 25 de Abril...

    ~ Deverá ser sempre Natal de corações simples, pouco exigentes.

    ~ Uma semana animada e agradável... Filhos são uma força maior.

    ~ ~ ~ Abraço muito amigo, ~ ~ ~
    ~ ~

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    1. O coração de um dos nossos maiores poetas, JORGE DE SENA, não era simples, era sim, muito exigente.

      Os meus filhos são uma grande força, mas o meu marido era uma força muito maior.

      Abraço da amiga de longe, querida Majo!

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  2. Nunca esquecerei o Natal de 1971. Foi praticamente o meu último Natal. Em minha casa juntou-se toda a família vinda do Brasil, de Inglaterra e da Alemanha. Éramos 73 pessoas! Agora, somos 3!

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