Na cama com Francis Bacon

 
Swinging Londres, 1964: Francis Bacon — um dos expoentes máximos da arte do século XX — surpreende um assaltante
ao convidá-lo para compartilhar a sua cama. O assaltante chamado George Dyer, 30 anos mais jovem do que o pintor, aceita a proposta.
Francis e George vivem um romance, no qual, sexualmente, o amante domina no quarto o masoquista Bacon, mas em público é Bacon o sádico. Dyer descobre um mundo novo,
que ao mesmo tempo o atrai e repugna.
Drogas, bebidas, traições fazem com que a relação seja conturbada. Bacon começa a aborrecer-se do Dyer e é-lhe
infiel, e os amigos intelectuais só tem escárnio e desprezo pelo antigo lutador de boxe, não lá muito inteligente e com
fortes tendências auto-destructivas.
George Dyer, que segundo Bacon, possui uma amoralidade e inocência envolventes, acaba por perder o controle e bebe um cocktail mortal de álcool e comprimidos em 1971, num quarto de hotel em Paris, nas vésperas da inauguração de uma grande retospectiva de Francis Bacon no Grand Palais.

Love Is the Devil o primeiro filme do britânico John Maybury é arrebatador e inteligente. A experiência do realizador com filme experimental e vídeo e a sua colaboração com Derek Jarman ensinaram-lhe a focar a mente do artista pela perspectiva das suas próprias obras.
Realizado em Inglaterra em 1998 com Derek Jacobi — tem uma assustadora semelhança física com Francis Bacon — Daniel Craig, Tilda Swinton foi premiado sete vezes.

Kommentare

  1. Confesso que não vi o filme.
    BFDS!

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    1. O cinema nunca se envergonhou de investigar o desejo homossexual, mas LOVE IS THE DEVIL frustra um público específico porque se recusa a mostrar dados explícitos da patologia de seus personagens, daí não ter conquistado o grande público.

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  2. Não vi o filme, mas o tema não me fascina nada :(

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    1. É instigante ver Francis Bacon interpretado por Derek Jacobi e George Dyer interpretado por Daniel Craig num dos melhores e mais inteligentes filmes que já vi.

      LOVE IS THE DEVIL mostra com certa brutalidade o monstro que vivia por debaixo do Francis Bacon, que não teve medo de se aventurar pelos lugares mais sombrios da alma e leva o público ao lado macabro que habita a mente de um grande génio.

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  3. Também não vi o filme, mas o tema também não me cativa minimamente. Se o visse, seria pelos atores... :)

    Beijocas e bom fim de semana!

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    1. Duas das muitas razões porque amo este filme:

      — Sou uma grande admiradora da obra do pintor britânico Francis Bacon.

      — Sou uma grande admiradora do actor britânico Derek Jacobi — magnífico intérprete skakespeariano.

      Derek Jacobi é Francis Bacon!!!
      Também homossexual, Jacobi tem uma enorme semelhança física com o Bacon: os olhos, no mesmo rosto flácido, que ardem de ódio e de desejo.

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