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Es werden Posts vom Januar, 2013 angezeigt.

O aroma de tangerina nos dedos

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  Numa altura em que o "ematejoca azul" se sente como um peixe fora de água. Ou, mais precisamente, fora dos temas que interessam aos leitores portugueses, uma leitora assídua   ROSA DOS VENTOS   oferece-lhe um cabaz repleto de tangerinas, poesia e amizade. Muitíssimo obrigada, amiga do sul! 

O Poder das Trevas — Uma grande noite de teatro em Düsseldorf

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  Leão Tolstói escreve a sua primeira obra dramática séria em 1886, sendo O Poder das Trevas uma verdadeira tragédia popular, uma "peça para o povo", que logo consagra o autor russo entre os clássicos da criação dramática na Rússia   e no estrangeiro. Já em 1887, o realizador francês André Antoine encenou O Poder das Trevas no seu Teatro Livre, em Paris. De uma maneira paradoxal, a arte teatral, tão desprezada por Leão Tolstói por se tratar da "arte falsa", "cheia de convenção", de repente ganhou do escritor peças importantíssimas, como por exemplo, O Cadáver Vivo , em 1910. No seu ensaio sobre Shakespeare, Leão Tolstói afirma que "somente pode escrever o drama aquele que tem o que falar a homens, dizer-lhes algo importante sobre a relação do ser humano com Deus, com o mundo, com tudo o que é eterno e infinito" Piotr, aldeão rico casado em segundas núpcias com Anisia, uma mulher vaidosa e ambiciosa,

Se não sabe, tente adivinhar!

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  Julia Jackson foi a sobrinha da fotógrafa inglesa Julia Margaret Cameron e a mãe da escritora  Virginia Woolf , que nasceu em Londres no dia 25 de Janeiro de 1882. Virginia Stephen, nome de solteira, passou a infância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com personalidades como Henry James e Thomas Hardy. Virginia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando o pai faleceu. Os quatro irmãos foram então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média-alta. A irmã mais velha, Vanessa, de 25 anos, tomou conta dos outros três. Em 1912, casa-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Fez parte do grupo Bloomsbury, círculo de intelectuais sofisticados que, passada a I Guerra Mundial, investiria contra as tradições literárias, políticas e sociais da era vitoriana. As primeiras obras de Virginia Woolf foram The Voyage Out (191

Um conto breve faz um sonho longo

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  Nunca se sabe o que uma viagem pode trazer ao íntimo do coração. Como se o tempo de repente dum outro modo fluísse, ou mesmo a qualidade da sua hora mudasse, e uma coisa perdida aparecesse, uma dúvida se quebra, um amor acaba, e outro que nunca se tinha imaginado, de repente, nasce. Objectos que sempre tivemos por separados atam as pontas, imagens que bóiam nas nossas vidas sem ligação se e criam uma nova sequência com sentido. Outras vezes a clarividência da distância   torna-se tão luminosa que se ve o fim do fim, e deseja-se regressar, ainda que não lugar nenhum. Foi por altura duma deslocação que por acaso se havia transformado em viagem. Então, subitamente, aquela cidade estendida e empinada à beira do Lago Ontário, para onde o destino de ocasião me havia levado, ainda tinha palhetas de gelo, e trouxe-me de volta, provinda de muito longe, a Instrumentalina.   Começa assim o conto A Instrumentalina  de Lídia Jorge.     A infância tem sido, para inúmeros escritor

Arte do sim e do não

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  O pintor alemão Georg Baselitz colocou o mundo de cabeça para baixo nos seus quadros. Ao inverter o quadro, provoca uma pequena revolução na história da arte. De repente, não é mais o objecto pintado que está em primeiro plano, mas sim a reflexão sobre espaço e composição.   "O que começou como uma brincadeira, acabou por se transformar num modelo sério de quadro. Eu estou feliz de ter encontrado essa forma", disse Baselitz. "Eu queria libertar o quadro da dependência fatal com a realidade. Dessa maneira, a realidade ficou irreconhecível, virou absurda." Em 2004, vi  a retrospectiva da sua obra na Bundeskunsthalle, de Bonn, que foi uma surpresa para mim e fiquei admiradora da sua arte.   George Baseliz c ompleta hoje 75 anos.

Angela Merkel e François Hollande reforçam a amizade franco-alemã

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Na comemoração dos 50 anos do Tratado do Eliseu, os líderes dos dois países reforçam o compromisso de uma amizade ainda mais estreita e a responsabilidade comum na superação da crise do euro.

O Tratado do Eliseu selou a amizade entre a França e a Alemanha

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  O Tratado do Eliseu, que sela a amizade entre a França e a Alemanha, foi assinado pelo chanceler federal alemão, Konrad Adenauer, e pelo presidente francês, Charles de Gaulle, na residência oficial deste, o Palácio do Eliseu em Paris, no dia 22 de Janeiro de 1963. O tratado entrou em vigor no dia 2 de Julho de 1963.

Se não sabe, tente adivinhar!

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  No escritório do pai do Diogo, o autor do Manifesto Anti-Peixoto , encontrei um livro de poemas de JOSÉ LUÍS PEIXOTO  "Gaveta de Papéis" , poesia para ler no avião ou no combóio, a caminho de São Francisco, Abidjan ou Madrid. FOTOGRAFIA DE SÃO FRANCISCO São Francisco és tu e são as tardes que passávamos no sofá, sentados ou deitados de todas as formas, em todas as direcções. Não guardo ressentimentos de São Francisco e chegará um tempo em que, de novo, seremos capazes de passar um fim-de-semana entre chapéus de sol e sol. A Califórnia não é eterna, mas há um certo tipo de silêncio que se procura sempre e que se encontra apenas muito raramente. Esse é o teu brilho, São Francisco. Vais ver, teremos camisas de flores coloridas e saberemos rir-nos de tudo. E, contra todas as expectativas, quando um de nós estiver a morrer, o outro estará lá. FOTOGRAFIA DE ABIDJAN Abidjan tem cicatrizes nas ancas. Cuidadoso, pouso as mãos noutro lado, seguro

A Neve Cai

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  Os funerais aproximam-se cada vez mais densos como placas da rua quando nos aproximamos de alguma cidade. O olhar de mil pessoas na terra das longas sombras. Uma ponte constrói-se lentamente sempre a direito no espaço. Tomas Tranströmer

A roda panorâmica "Wheel of Vision"

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O PRESENTE IDEAL PARA ELE

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Bond. James Bond. Três palavras — fascinação sem limites. A sua elegância é inultrapassável.  O seu carisma masculino mítico. Decididamente lendário é o seu charme, e irresistível a aura de perigo, que o envolve. Durante meio século James Bond impressionou o mundo.  Uma lenda intocável — respeitado pelos homens, cobiçado pelas mulheres.  James Bond é o melhor ícone de virilidade — a combinação perfeita de requinte insuperável e masculinidade sem compromisso.  

Os Três Pintelhos do Apocalipse Mediático

É um fenómeno recorrente que as notícias de questionável relevância acabem por ser das mais debatidas. Esta última semana foi pródiga da proliferação de pintelhos catroguianos. Dois a nível local, um nos inevitáveis Estados Unidos, onde os pintelhos compõem um denso matagal. Como pintelhos que são, optaria sempre por ignora-los. No entanto, a dimensão que atingiram merece ser comentada. Para ser breve e sistemático, algo que raramente sou, dedicarei um parágrafo a comentar cada um destes assuntos mediáticos, sem me alongar na desnecessária contextualização. O caso do cão Zico e da comoção que o seu abate está a provocar é porventura o mais perturbador, porque contém várias provas de que o enlouquecimento do povo não é esporádico nem circunstancial. É, no entanto, baseado em premissas voláteis, sem sentido e, consequentemente, perigosas. A onda que se espalhou contra o abate do cão que matou a criança é das mais assustadoras provas de que as pessoas ainda não perceberam mu

BARBIE

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Uli lembra-se de que é o aniversário da sua filha e que ainda não tinha comprado nenhum presente. Pára o seu carro diante de uma loja de brinquedos, entra e pergunta à empregada: — Quanto custa a Barbie que está na montra? A empregada responde: — Qual Barbie? Nós temos: Barbie Astronauta, por € 19,95 Barbie Princesa, por € 19,95 Barbie Pop Star, por € 19,95 Barbie Médica, por € 19,95 Barbie Noiva, por € 19,95 Barbie Advogada Divorciada, por € 265,95. Uli, surpreso, pergunta: — Por que é que a Barbie advogada divorciada custa € 265,95, enquanto as outras custam apenas €19,95? A empregada responde: — A Barbie divorciada vem com: O carro do Ken A casa do Ken A lancha do Ken O íate do Ken Os cavalos do Ken O celular do Ken

Jakob, o mentiroso / Jurek Becker

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  No 29º encontro do Círculo Literário falamos sobre uma das obras-primas da literatura sobre o Holocausto — “Jakob, o mentiroso”.   Heym, Jakob Heym vive num gueto judaico estabelecido pela Alemanha Nazista na Polónia durante o Holocausto. A fome, as doenças e as deportações para campos de extermínio reduziram a vontade de viver da população.   Jakob Heym ou Jakob, o mentiroso  — ouve, por acaso, no rádio de um quartel militar alem ão , donde s ão  muito poucas as perspectivas de um judeu sair de lá vivo — que os russos est ão  a 20km de Bazanika, uma cidadezinha bem pequena, que fica a uns bons quatrocentos quilómetros, talvez até quinhentos do gueto.   Jakob compreende, o que isso significa, e todos os judeus no gueto, aos quais se sussure ao ouvido a boa nova, compreendem isso também.   No dia 22 de Fevereiro de 2013 encontramo-nos em Duisburg para opiniar sobre o romance de Zsuzsa Bánk "Die hellen Tage" (Os dias claros).

POSSIBILIDADES

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Prefiro o cinema. Prefiro os gatos. Prefiro os carvalhos nas margens do Warta. Prefiro Dickens a Dostoievski. Prefiro-me a gostar das pessoas em vez de amar a humanidade. Prefiro para uma emergência ter agulha e linhas. Prefiro a cor verde. Prefiro não afirmar que a razão é a culpada de tudo. Prefiro as excepções. Prefiro sair mais cedo. Prefiro falar de outras coisas com os médicos. Prefiro as velhas ilustrações listradas. Prefiro o ridículo de escrever poemas ao ridículo de não os escrever. Prefiro no amor os pequenos aniversários para festejar todos os dias. Prefiro os moralistas que nada me prometem. Prefiro uma bondade algo prudente a outra confiante em demasia. Prefiro a terra à civil. Prefiro os países conquistados aos conquistadores. Prefiro guardar as minhas reservas. Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem. Prefiro as fábulas de Grimm às primeiras páginas dos jornais. Prefiro folhas sem flores às flores sem folhas. Prefiro os cães sem a cauda cortada. Prefiro os ol

SIMONE, QUE MULHER!

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  Simone de Beauvoir nasceu em Paris em 1908, de família aristocrata e católica. Estudou em colégios religiosos e formou-se na Universidade Católica de Paris. Muito cedo, contudo, perdeu a fé: Deus tornou-se uma ideia abstracta no fundo do céu e um dia apaguei-a (...) tinha eu quinze anos. Desde sempre ligada ao ramo sartreano, do existencialismo, Simone de Beauvoir escreveu com exito todos os géneros literários: o ensaio; o romance; o teatro; o livro de viagens; as memórias; a narrativa. Obteve em 1954 o Prémio Goncout, com o romance "Os Mandarins". Pela coesão das suas ideias, pela lúcida coerência que sempre soube assumir perante a vida, pela qualidade da sua obra — Simone de Beauvoir é um dos mais importantes escritores franceses e europeus do século XX. Para gerações de mulheres ela foi um símbolo e uma pioneira da emancipação feminina. As cartas ao escritor americano Nelson Algren, publicadas em 1997, revelam a autora de "O Segundo Sexo"

007 — Quantum of Solace

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  O mais recente 007, o taciturno e confiante Daniel Craig, alcançou fama internacional em 2006 ao ser escolhido como o sexto actor a interpretar James Bond no cinema, substituindo Pierce Brosnan. A sua estreia no papel em Casino Royale foi muito elogiada pela crítica, conseguindo uma indicação ao BAFTA Award, além de se tornar o filme com uma brilhante carreira nas bilheteiras. Quantum of Solace veio dois anos depois; o terceiro e último filme 007 contra Skyfall , com música-tema cantada por Adele, foi lançado em 2012.   Esta noite a ZDF apresenta  Quantum   of Solace , que estreou na Odeon Leicester Square em 29 de Outubro de 2008, recebendo diferentes críticas que principalmente elogiaram a interpretação de Daniel Craig e as sequências de acção, não esquecendo a particição de Judi Dench.

Depardjew

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Três Reis Magos

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  A rotina é o meu pedaço de chão. É a minha arma eficaz contra a indolência . A rotina ajuda-me a cumprir os meus objectivos.   O Dia de Reis é o dia, desde o meu 1º Natal como mulher casada, para arrumar as decorações de Natal.   Como a casa está toda decorada, desde a sala de estar até à cozinha e aos quartos de banho, preciso do dia inteiro para realizar o meu trabalho.   Entretanto batem à porta os Cantores da Estrela (Sternsinger), fantasiados de Reis Magos, cantando e pedindo donativos e também deixando a bênção "C+M+B" ("Christus mansionem benedicat — Cristo abençoe esta casa"). As iniciais também representam os nomes dos Três Reis Magos em alemão (Caspar, Melchior e Balthasar). Além da tradição religiosa, a acção dos Cantores da Estrela é também uma luta pelos direitos da criança em todo o mundo.   Faço uma pausa para tomar o café da tarde com a família, aproveitando para comer o resto das bolachinhas e do bolo de Natal.  

Andreas Gursky

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  Andreas Gursky nasceu em Leipzig no dia 15 de Janeiro de 1955.  Estudou na Escola Superior de Comunicação Visual de Essen entre 1978 e 1981 e depois na Academia de Artes de Düsseldorf, com Bernd Becher, que naquela época desenvolvia, ao lado de sua esposa, Hilla, um estilo próprio de fotografar. Andreas Gursky pertence à primeira geração dos alunos dos Becher que viriam a seguir uma carreira internacional nos anos 1990.   Andreas Gursky tem os seus trabalhos expostos em museus e galerias de todo o mundo. No momento, a sua obra pode ser admirada em Düsseldorf, a cidade onde o artista vive. Faltando à minha promessa de reduzir as minhas actividades culturais, visitei esta tarde a retrospectiva da obra de Andreas Gursky no museum kunst palast  com um total de 60 fotografias, mas valeu a pena.

BEM VINDO, 2013!

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  Ao bater das doze badaladas, bebendo uma taça de champanhe, lancei um foguetão para o firmamento. No foguetão escrevi as minhas boas intenções para 2013. — Não quero continuar a fazer o que sempre fiz, quero sim, começar a fazer alguma coisa diferente! — Quero separar-me de tudo aquilo, que não preciso. Só quem larga, tem as mãos livres! — Dar mais atenção à minha família, reduzindo as minhas escapadelas culturais!