Depois de tudo, de todos os anos e de todas as vicissitudes da vida, ainda conservava a caixa, memória e espaço inócuo, estática simplesmente no tempo. Setenta e muitos anos haviam já passado! O tempo tinha exercido sobre ele o efeito que faz uma gota de água repetidamente numa rocha — e ele não tinha a porosidade dura da pedra… Pois os lustros foram passando, lentamente, e, com o decorrer do tempo, cada vez mais alheio, a vida continuou. Mais algum pouco que meio século e o momento era exacto: sobrara apenas, e já muito, a caixa com o ás de copas gravado no metal da tampa. Mais que envelhecido, apodrecido, mas tendo em si a nostalgia da vida, pegava, trémulo, na caixa selada por fita-cola preta. A sua mulher, vaga memória, permanecia sempre nos seus gestos como parte de si, mas desapercebida. Os filhos, todos marcados pela morte, estavam enterrados no fundo da sua alma. Não estavam mortos para ele, mas sim adormecidos nos confins da eternidade. Um dia pedira a sua mãe afincadamente
Confesso a minha ignorância!
AntwortenLöschenNão me lembro sequer de ter ouvido este nome...mas talvez seja pelo "arrevesado" da língua alemã que me é totalmente estranha!
Andei pelo francês, inglês, italiano, espanhol, latim e grego mas alemão...nada! :-((
E olha que tenho pena!
Abraço
Aqui está outra ignorante.
AntwortenLöschenbeijinhos
O Franz-Josef Degenhardt significa para a Alemanha o mesmo que o Zeca Afonso para Portugal.
AntwortenLöschenAh, também não fazia ideia de quem era. Aliás, nem as personagens do post anterior... ;)
AntwortenLöschenBeijocas!
Dois posts seguidos com gente de esquerda? Não conheço nenhum, mas espero que sejam todos boas pessoas
AntwortenLöschenMelhores, por exemplo, do que o árbitro que veio daí para arbitrar o Portugal/Bósnia :-)