Hoje e amanhã no Teatro Nacional São João no Porto

Em Israel e na diáspora judaica, a terceira geração é aquela a que pertencem os netos dos sobreviventes do Holocausto, a geração que conquistou a devida distância para quebrar um traumatizante silêncio. O Holocausto é o ponto de partida de uma história interminável à espera de um final feliz, porque o conflito israelo-palestiniano é uma das pesadas heranças desse momento que ultrapassou os limites do entendimento humano. Third Generation coloca o dedo nesta ferida por cicatrizar. E ao fazê-lo não poupa os guardiões do politicamente correcto, porque os lugares-comuns e os ressentimentos são colocados em cima de um palco, essa arena retórica onde todos expõem as suas razões, onde todos são vítimas e carrascos, onde não há vencidos nem vencedores. Mas Third Generation não é um exercício de relativismo cultural. Quando participou no Odisseia: Colóquio, Yael Ronen, enfant terrible da cena teatral israelita, chamou-lhe uma “terapia de grupo”, onde actores alemães, judeus e árabes israelitas partem das suas vivências pessoais para ligar as pontas deste triângulo explosivo. Digamos que é um espectáculo provocatório, que nos vem recordar que o teatro se faz para dividir. No mesmo colóquio, o ensaísta francês Georges Banu usou a palavra “coragem” para o descrever. E explicou porquê: “Porque questiona o interdito”.
Bem-vindos ao teatro das ideias.

Kommentare

  1. Ora aí está uma peça que gostaria de ver! Mas não fica em caminho, e hoje tenho Clube de Leitura... :)

    Beijocas!

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