A morte do palhaço

Integrada no Festival de Teatro Odisseia, "A Morte do Palhaço" estreia, esta quinta-feira, no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto.
O espectáculo, co-produzido pelo Teatro Nacional São João e pelo Teatro
O Bando, pode ser visto até 15 de Maio.


De uma galeria de figuras marginais que se encontram de passagem no seu percurso infindável, de uma colecção de refugiados cujo olhar está sempre à espera de um Verão que nunca chega, surge-nos um palhaço indigente que se ergue contra o mundo, "como se um bicho de esgoto criasse asas e se pusesse a voar".
Passados vinte anos, o Teatro O Bando regressa às palavras de Raul Brandão (1867-1930) e à música de José Mário Branco, mas a este gesto dificilmente poderíamos chamar reposição, porque no caso concreto destes incansáveis alquimistas, uma nova paisagem cénica e uma nova visão dramatúrgica implicam necessariamente outras formas de organização e percepção.
A Morte do Palhaço que co-produzimos e apresentamos no claustro do Mosteiro de São Bento da Vitória é um espectáculo onde a luta quotidiana se aproxima dos sonhos, ainda que para tal tenha de sacrificar a realidade.
Um espectáculo que procura derrubar portas invencíveis, portas que não se abrem, que não se vergam e que só cedem sob o peso de uma vida, pois sempre morre alguém para que a humanidade dê um novo passo.
Passados vinte anos, João Brites regressa inquieto aos mesmos pontos de interrogação: "Quais são os nossos sonhos e quimeras? E que força precisamos para os atingir? E quem são os nossos pares nesta luta?"

Kommentare

  1. O grupo cénico não conheço, mas "A Morte do Palhaço" conheci bem - era leitura obrigatória durante o primeiro propedêutico (com mais uma dezena de livros) e até saiu no exame...

    Contudo, na verdade só me lembro do conto estar impregnado de cor... ;)

    Beijocas!

    AntwortenLöschen
  2. São dúvidas eternas.
    Como tal, podem sempre ser retomadas que são sempre actuais.

    AntwortenLöschen

Kommentar veröffentlichen

Beliebte Posts aus diesem Blog

Jo Nesbø: Ciúmes