A MULHER

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!

Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!

Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!

Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!

Florbela Espanca

Kommentare

  1. Gosto muito dos sonetos da Florbela Espanca, embora ela me pareça sempre uma mulher um pouco desequilibrada e triste, com tantas paixões sonhadas e não correspondidas...

    Enfim, há que ter em conta que os tempos eram outros... :)

    Beijocas!

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  2. Um soneto de Florbela
    Podia eu encontrar coisa mais profunda e bela?

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  3. Sempre fantásticos os sonetos desta senhora !

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