O cineasta Claude Chabrol, um dos últimos representantes da Nouvelle Vague, morreu esta manhã em Paris, aos 80 anos.

Claude Chabrol nasceu em 24 de junho de 1930, em Paris. Vindo de uma família de farmacêuticos, ele estudou Farmácia e Literatura Francesa na capital francesa, depois do fim da Segunda Guerra Mundial.
Os estudos na área de actuação do pai, no entanto, não foram os que impulsionaram a carreira profissional de Chabrol.
Quando acabou a universidade, Chabrol começou a escrever para a revista especializada Cahiers du Cinéma — e foi assim que passou a fazer parte do universo ao qual dedicaria o resto da sua vida.
A fama veio em 1958, com a estreia de Le Beau Serge, que rendeu ao realizador o prémio do Festival de Locarno. E com Les Cousins, rodado no ano seguinte, conquistando o Urso de Ouro na Berlinale — aquele foi o primeiro filme da Nouvelle Vague a ser apresentado no Festival de Cinema de Berlim.
Chabrol retratou a falsidade, o egoísmo e a hipocrisia da vida burguesa em dramas provincianos e familiares, enriquecidos com incestos e assassinatos.
Sem compromissos, cínico e de uma honestidade brutal: essas são características associadas a Chabrol e à sua obra. O realizador alemão Rainer Fassbinder chamou-o certa vez de cínico e inimigo da humanidade. Chabrol diz que tenta apenas mostrar as pessoas como elas de facto são. "Julgá-las seria hipocrisia — afinal, todos temos algo de ruim."
Mas Chabrol não critica apenas a burguesia, a qual conhece bem como filho desta classe social. Também observa as pessoas e sua vida de aparências.
"Só um psiquiatra poderia descobrir o porquê de eu insistir em expor tanto a moral da burguesia", disse Chabrol uma vez sobre a temática de seus filmes.

Kommentare

  1. Era uma notícia de certa forma esperada mas que não deixa de ser triste. Não gostava honestamente especialmente de Chabrol precisamente porque estou nos antípodas do que ele pensava da natureza humana mas como realizador ... Mon Dieu! Que filmes, que densidade. Faleceu um grande artista ...

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  3. Chabrol
    Fornecia-me argumentos
    Pedras que atirava à minha Teresa
    Burguesa
    Ela em vez de azedar, sorria
    e dava-me por resposta
    Hoje não me queres Teresa, fica com a Maria

    (cena talvez em 1967, depois de vermos "Viollete")

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  4. Claude Chabrol conhecido como um feroz escalpelizador da burguesia, vinha como eu de uma família burguesa. Tal qual como o meu pai, o dele também era farmacêutico.

    Tenho a certeza que ele pretendeu denunciar as misérias do homem em geral, e não a classe burguesa em particular.

    Esta frase, muito sua, defina-o:

    "A inteligência tem limites mas a estupidez não..."

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