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Es werden Posts vom September, 2010 angezeigt.

Na noite para quinta-feira faleceu com 85 anos Tony Curtis na sua casa em Nevada

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Da árvore do silêncio pende o seu fruto — a paz

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LEIAM SARAMAGO!

"Não há vento, porém a névoa parece mover-se em lentos turbilhões como se o próprio bóreas, em pessoa, a estivesse soprando desde o mais recôndito norte e dos gelos eternos. O que não está bem, confessemo-lo, é que, em situação tão delicada como esta, alguém se tenha posto aqui a puxar o lustro à prosa para sacar alguns reflexos poéticos sem pinta de originalidade. A esta hora os companheiros da caravana já deram com certeza pela falta do ausente, dois deles declararam-se voluntários para voltar atrás e salvar o desditoso náufrago, e isso seria muito de agradecer se não fosse a fama de poltrão que o iria acompanhar para o resto da vida, Imaginem, diria a voz pública, o tipo ali sentado, à espera de que aparecesse alguém a salvá-lo, há gente que não tem vergonha nenhuma. É verdade que tinha estado sentado, mas agora já se levantou e deu corajosamente o primeiro passo, a perna direita adiante, para esconjurar os malefícios do destino e dos seus poderosos aliados, a sorte e o acaso,

“O amor não consiste em duas pessoas olharem uma para a outra, mas sim, olharem na mesma direcção”

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OUTONOS

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Chegaste às 3 horas e 9 minutos e embora por muitos não sejas muito querido, aprendeste a sobreviver entre aqueles que receiam a perda do vigor do Verão e os que definham no Inverno, que saudosamente já olham para ti como o período onde saborearam a maturidade plena e reconhecem que os ridículos e belos sonhos alimentados na Primavera raramente se concretizam. Talvez porque nasci no Outono, talvez porque estou no Outono da vida, estou em paz com o Outono. Aliás, gostava de compreender o mundo tão bem quanto admiro o Outono, a estação que mostra como a natureza se adapta às intempéries que se vislumbram no horizonte e calmamente sabe esperar por elas... sem traumas, mas convenientemente preparada. GEOCRUSOE

CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca, não posso cuidar de ti. Vim para amar neste mundo, e até do amor me perdi. De que serviu tecer flores pelas areias do chão, se havia gente dormindo sobre o própro coração? E não pude levantá-la! Choro pelo que não fiz. E pela minha fraqueza é que sou triste e infeliz. Perdoa-me, folha seca! Meus olhos sem força estão velando e rogando áqueles que não se levantarão... Tu és a folha de outono voante pelo jardim. Deixo-te a minha saudade — a melhor parte de mim. Certa de que tudo é vão. Que tudo é menos que o vento, menos que as folhas do chão... Cecília Meireles

Comemoração do Centenário da Kreuzkirche de Düsseldorf com Bach — Händel — Mozart

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Retrato do poeta quando jovem de José Saramago

Há na memória um rio onde navegam Os barcos da infância, em arcadas De ramos inquietos que despregam Sobre as águas as folhas recurvadas. Há um bater de remos compassado No silêncio da lisa madrugada, Ondas brancas se afastam para o lado Com o rumor da seda amarrotada. Há um nascer do sol no sítio exacto, À hora que mais conta duma vida, Um acordar dos olhos e do tacto, Um ansiar de sede inextinguida. Há um retrato de água e de quebranto Que do fundo rompeu desta memória, E tudo quanto é rio abre no canto Que conta do retrato a velha história. (In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)

De 18 de setembro a 4 de outubro, Munique voltará a ser o centro das atenções, quando visitantes de todo o mundo participarão na 200ª Festa de Outubro

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Muitos perguntam por que a Oktoberfest tem este nome se ela começa em setembro. A primeira festa ocorreu no dia 12 de outubro de 1810, com o casamento do Príncipe Ludwig 1º (posteriormente coroado rei) com a princesa Teresa da Saxônia-Hindburghausen. A festa, para a qual estavam convidados todos os moradores de Munique, aconteceu num parque longe do centro, baptizado Theresienwiese, em homenagem à noiva. Lá, acontece a Oktoberfest ainda hoje, se bem que numa área maior e asfaltada. O encerramento e ao mesmo tempo ponto alto da festa foi a corrida de cavalos, com a presença da família real da Baviera. O enorme sucesso fez com que fosse marcada outra festa para outubro do ano seguinte, e assim começou a tradição. Com o passar dos anos, as comemorações repetiram-se e o festival foi prolongado para os dias anteriores, chegando ao mês de setembro. A escolha da data também leva em consideração as condições climáticas, pois as noites de setembro são mais quentes e assim os visitantes aprovei

Pinturas de Sara Maia a partir de "O Diálogo no Pântano", de Marguerite Yourcenar

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Pequena peça escrita por Marguerite Yourcenar aos 27 anos, O Diálogo no Pântano inspira-se numa lenda italiana da Idade Média. Nela, uma nobre de Siena é enclausurada pelo marido ciumento num castelo cercado por um pântano e aí abandonada à sua sorte. A jovem Yourcenar retomou o tema para escavar a psicologia das duas principais personagens, mostrando-nos o marido, doze anos mais tarde, em busca do castelo de cuja exacta localização não é mais capaz de lembrar. Encontrará uma mulher, mas a incerteza quanto à sua identidade e à sua verdadeira natureza (é uma ilusão, um espectro?) – tema que, afinal, atravessará a obra futura da romancista – coloca-nos num território movediço, em que realidade e sonho, razão e loucura se permeiam mutuamente. A convite de Nuno Carinhas, a artista plástica Sara Maia encena o texto de Yourcenar em sete peças de grande formato, numa exposição – Role-Playing – que ocupará essa espécie de castelo rodeado de pântanos que é o Mosteiro de São Bento da Vitória. N

Ópera dos Cinco € aka Trans-gueto-express no Mosteiro de São Bento da Vitória na cidade do Porto

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A Ópera de Três Vinténs de Brecht/Weill é vítima de uma conversão cambial e uma gralha tipográfica altera o sentido do título de uma canção dos Kraftwerk “Trans Europe Express”. Ópera dos Cinco € aka Trans-gueto-express diverte-se a traficar influências, mas o humor e a contundência não pagam direitos de autor. Também é um objecto mestiço e dissonante. Durante duas noites, o Mosteiro de São Bento da Vitória confunde-se com uma praça multiusos (salão de baile, feira da ladra, posto fronteiriço, campo de refugiados), frequentada por criaturas migrantes que ensaiam formas possíveis de encontro: a caminho ou no caminho uma das outras, servem-se de um conjunto diverso de linguagens (teatro, música, dança, marionetas, circo) para nos falarem de um mundo em transe, substantivo que tanto está para êxtase como para crise. Esta Ópera dos Cinco € está zangada com a Europa que temos – uma fortaleza videovigilada, humanismo retórico, ordem policial. Mas não desesperemos: algumas canções ainda ferem

A exposição Cenas Deslocadas – Fotografias em Viagem no Teatro Nacional São João do Porto

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A exposição Cenas Deslocadas – Fotografias em Viagem resgata do babélico arquivo de João Tuna imagens de espectáculos que o Teatro Nacional São João produziu e apresentou em grandes palcos internacionais (do mítico Teatro Argentina de Roma ao monumental SESC de São Paulo), bem como fotografias de espectáculos estrangeiros que marcaram a história deste Nacional ancorado a sul da Praça da Batalha. A exposição de João Tuna – fotógrafo e realizador que agora completa 20 anos de trabalho na área da fotografia de cena – faz-se assim sob o signo da viagem, celebrando também essa outra forma de deslocação que é a passagem do texto à cena, a trajectória sempre nova que vai do papel ao corpo do intérprete.

"A arte não serve para nada. Só para gastar dinheiro"

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Há um final apoteótico, com os fantasmas de 32 mecenas a invadir a cena, entre eles Peggy Guggenheim, Calouste Gulbenkian, Catarina da Rússia, e mais um, o conde Charles de Noailles, que no Natal de 1929 deu carta branca a Luis Buñuel para realizar L’Âge d’Or, filme-escândalo que agitou a sociedade parisiense de então. Livremente inspirada em O Meu Último Suspiro, livro de memórias do realizador espanhol, e nas botinas do seu Diário de uma Criada de Quarto, esta “pequena paródia” de Jorge Silva Melo foi um dos “divertimentos” lidos em 2007 em Mecenas, Mecenas, evento onde se teatralizaram as relações entre mecenas e artistas, casais eternamente condenados à suspeição e ao amor. Numa noite do Inverno de 1975, uma criada anuncia a visita de Buñuel ao palacete de Hyères, onde ainda vive o conde de Noailles, oportunidade para rememorar os loucos anos 20 e o seu perfume de libertinagem sexual e artística. Mas as jóias de família já se foram, as lâmpadas do lustre fundiram-se, a gripe surre

A GAIVOTA

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A estreia foi um fiasco, em São Petersburgo, corria o ano de 1896. Reza a história que Anton Tchékhov abandonou o teatro jurando a si mesmo não voltar a escrever para o palco. No final da temporada, a peça era já um êxito e acabaria por se tornar o emblema do Teatro de Arte de Moscovo de Stanislavski e companhia. Que assim tenha acontecido não deverá surpreender, pois que é a contradição – entre sucesso e fracasso, como entre sonho e realidade ou entre as convenções e as “novas formas” – que atravessa A Gaivota, peça com que o TNSJ abre a temporada 2010/2011. Rodeado pelos seus mais regulares colaboradores, Nuno Cardoso acerca-se deste teatro que fala de si próprio e ama a vida toda, acrescentando à sua galeria de belos vencidos as personagens de Tréplev, Arkádina, Nina e Trigórin – criaturas que persistem em colocar a fasquia da existência muito acima da sua capacidade de impulsão, gente irresistivelmente votada ao fracasso, ou a descobrir a insuficiência de todo o êxito. É o regresso

Fahrenheit 451 ou Grau de Destruição

— O que faz nas horas de folga, Montag? — Muita coisa... corto a relva. — E se fosse proibido? — Ficaria a vê-la crescer, senhor. — Você tem futuro. Fahrenheit 451 ou Grau de Destruição é a adaptação cinematográfica do romance homónimo do escritor de ficção-científica norte-americano de ascendência sueca, Ray Bradbury, realizada por François Truffaut em 1966. Com um dos meus actores preferidos, o austríaco Oskar Werner e a inglesa Julie Christie. A banda sonora é de Bernard Herrmann — compositor favorito de Alfred Hitchcock — e a realização de fotografia de Nicolas Roeg. O filme mostra-nos um futuro em que os livros são considerados maléficos e proibidos, substituídos por apáticos programas de TV e jornais que trazem apenas ilustrações. Os bombeiros são encarregados de localizar os livros e queimá-los — o título refere-se à temperatura em que o papel entra em combustão — mas um deles, dos mais competentes e que espera por uma promoção, acaba por compreender o vazio da sua vida e encan

A pianista e compositora romântica alemã Clara Josephine Wieck Schumann nasceu em Leipzig, Saxónia, a 13 de setembro de 1819

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Clara Schumann Pianoconcerto in A minor, Op. 7 - Allegro maestoso

O cineasta Claude Chabrol, um dos últimos representantes da Nouvelle Vague, morreu esta manhã em Paris, aos 80 anos.

Claude Chabrol nasceu em 24 de junho de 1930, em Paris. Vindo de uma família de farmacêuticos, ele estudou Farmácia e Literatura Francesa na capital francesa, depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Os estudos na área de actuação do pai, no entanto, não foram os que impulsionaram a carreira profissional de Chabrol. Quando acabou a universidade, Chabrol começou a escrever para a revista especializada Cahiers du Cinéma — e foi assim que passou a fazer parte do universo ao qual dedicaria o resto da sua vida. A fama veio em 1958, com a estreia de Le Beau Serge , que rendeu ao realizador o prémio do Festival de Locarno. E com Les Cousins , rodado no ano seguinte, conquistando o Urso de Ouro na Berlinale — aquele foi o primeiro filme da Nouvelle Vague a ser apresentado no Festival de Cinema de Berlim. Chabrol retratou a falsidade, o egoísmo e a hipocrisia da vida burguesa em dramas provincianos e familiares, enriquecidos com incestos e assassinatos. Sem compromissos, cínico e de uma honesti

E “No dia seguinte ninguém morreu”, a primeira e a última frase do livro As intermitências da Morte de José Saramago

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Dia de dizer até breve. Foi bom ter a visita do Gui. Vou sentir muitas saudades...

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Nove anos após os atentados do 11 de Setembro contra as Torres Gémeas e o Pentágono em 2001.

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Mensagem do desassossego

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Não há felicidade senão com conhecimento. Mas o conhecimento da felicidade é infeliz; porque conhecer-se feliz é conhecer-se passando pela felicidade, e tendo, logo já, que deixá-la atrás. Saber é matar, na felicidade como em tudo. Não saber, porém, é não existir. Livro do Desassossego, Bernardo Soares, edição Richard Zenith, Assírio & Alvim, 1998, p. 351

Merkel elogiou a coragem de Westergaard — condenou a intenção de queimar Alcorão

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O caricaturista dinamarquês Kurt Westergaard , de 75 anos, recebeu nesta quarta-feira (08/09) o M100 Sanssouci Media Award – nome oficial do prémio – que é concedido durante o M100 Sanssouci Colloquium, um fórum para debater o papel da imprensa na Europa e nas relações internacionais. O evento reúne, na cidade alemã de Potsdam, alguns dos principais editores, comentaristas e empresários do sector europeu de comunicação. Westergaard recebeu a distinção na presença da chanceler federal alemã, Angela Merkel, que o elogiou pela sua coragem. "As consequências sofridas por ele devem nos servir de advertência", disse Merkel, que falou claramente a favor da tolerância. "Como caricaturista, ele tem o direito de fazer tais charges. Nos Estados Europeus isso é possível". Acabando por dizer que "O segredo da liberdade é a coragem".

Feliz aniversário, Diogo!

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Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam —— O LIVRO DOS ITINERÁRIOS

"E o que é que nos espera? A morte, simplesmente. Poderia parecer gratuita, sem sentido, a descrição, que não é exactamente uma descrição, porque é a invenção de uma viagem, mas se a olharmos deste ponto de vista, como uma metáfora, da vida em geral mas em particular da vida humana, creio que o livro funciona" José Saramago

Saramago é o único português entre os 10 finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura

Caim de José Saramago (1922-2010) é uma das dez obras finalistas candidatas ao Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa que foram anunciadas hoje em São Paulo, no Brasil. Ao lado de Avó Dezanove e o Segredo do Soviético , do angolano Ondjaki, e das obras Leite Derramado de Chico Buarque; O Filho da Mãe , de Bernardo Carvalho; Outra Vida , de Rodrigo Lacerda; Monodrama , de Carlito Azevedo; Lar , de Armando Freitas Filho; Pornopopeia , de Reinaldo Moares; A Passagem Tensa dos Corpos , de Carlos Brito de Mello e Olhos Secos , de Bernardo Ajzenberg. Todos homens, nenhuma escritora. O júri final elege a 8 de Novembro os três livros vencedores. O primeiro receberá 100 mil reais (45.700 euros), o segundo 35 mil reais (15.900 euros) e o terceiro 15 mil (6.800 euros). Fonte: Mundo Pessoa

O Gui chegou ao sítio onde eu o esperava — Aeroporto de Düsseldorf

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"Foram momentos de grande injustiça, e se alguém é responsável, sou eu", confessou Fidel de Castro, numa entrevista ao jornal mexicano La Jornada.

Acabo de ler no Público que, Fidel Castro pediu desculpa pelo comportamento homofóbico do regime comunista, que há meio século enviou centenas de homossexuais para campos de trabalho forçado sob a acusação de serem contra-revolucionários. Pela primeira vez, Fidel admitiu que, tal como as mulheres e os negros, os homossexuais foram marginalizados e perseguidos pelas autoridades, depois da revolução de 1959. Durante as décadas de 60 e 70, centenas de pessoas foram despedidas, forçadas ao exílio e enviadas para campos de reeducação – as chamadas Unidades Militares de Ajuda à Produção – por causa da sua orientação sexual. "Nesses tempos, não me podia ocupar desse assunto. Tínhamos tantos problemas de vida ou de morte que não prestámos atenção", justificou o antigo guerrilheiro, acrescentando que depois da revolução estava mais preocupado com "a guerra com os ianques" e os "planos de atentado contra a minha pessoa" do que com a repressão dos homossexuais. Passa
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"Considerava-me imortal; soube, com horrível violência, que o não era"

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68 anos neste planeta já não é nada mau. Feliz aniversário, António Lobo Antunes.

SETEMBRO

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Mario Schifano