27 de fevereiro de 1920: Estreia de um dos primeiros filmes de suspense e uma obra-prima do Expressionismo Alemão

"O Gabinete do Doutor Caligari" foi uma das primeiras obras do Expressionismo Alemão, um clássico do filme de terror, que privilegia os estranhos efeitos de luz e sombra na composição de climas psicológicos, além de belíssimas imagens surrealistas.
Num toque de mestre, Robert Wiene, realiza um filme sob a óptica de um louco: daí as distorções e deformações das ruas, casas tortas, corredores e caminhos kafkianos que parecem intermináveis são complementados por uma maquilagem tétrica, bem como uma mímica expressiva e a inigualável presença criada pela linguagem corporal dos actores: Werner Krauss, Conrad Veidt, Friedrich Fehér, Lil Dagover e Hans Twardowski. Os cenários, criados em pedaços de madeira e pano pelos pintores expressionistas Walter Reimann e Walter Rohrig e pelo cenógrafo Hermann Warm, ainda existem e fazem parte do acervo do Museu do Cinema Henri Langlois, em Paris.
As figuras centrais são o hipnotizador Caligari, que viaja por feiras de aberrações com o sonâmbulo Cesare que, segundo ele, está a dormir há 23 anos. A sua próxima apresentação é numa pequena cidade na fronteira com a Holanda. Na primeira noite de sua exibição, Cesare é acordado por Caligari e faz uma previsão péssimista para um dos espectadores: ele morrerá nessa noite. A sua previsão é verdadeira, e a morte do homem está relacionada a uma série de crimes de assassinato no local. Cesare e Caligari são logo vistos como suspeitos. O final é inesperado, sendo um dos primeiros finais-surpresa do cinema, utilizando de forma magnífica flashbacks para explicar os motivos pelos quais as coisas aconteceram.
O célebre realizador alemão dos anos 20, Fritz Lang, foi cogitado a realizar este filme, porém acabou por escolher outro trabalho, colaborando apenas no argumento.

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