Há muros que não se vêem: o PCP continua a lamentar a queda do muro de Berlim!

Alemães de Leste preferem socialismo
20 anos de retrocesso

Nº 1875
05.Novembro.2009

As ditas «comemorações» do 20.º aniversário da queda do muro de Berlim são pretexto para mais uma campanha anticomunista, na qual se procura criminalizar os ideiais do socialismo e os que lutam pela superação do capitalismo.
No sábado, 31, três antigos chefes de Estado, considerados como os «obreiros» da destruição do muro (e não só), reuniram-se em Berlim. Helmut Kohl, ex-presidente da Alemanha, George Bush (pai), ex-presidente do EUA, e o inefável Mikhail Gorbachov voltaram a sentar-se à mesa para se congratularem com o seu «feito». Gorbatchov aproveitou as luzes da ribalta, que já só raramente incidem sobre a sua pessoa, para se desdobrar em entrevistas, onde se gaba e reconhece que «perdi, mas a perestróika ganhou» (le temps.ch, 02.11).
Toda a imprensa ocidental dominante faz coro em qualificar a queda do muro, e portanto a derrota do socialismo, como a «libertação» do povo da RDA e sinónimo de avanço civilizacional.
Porém, a realidade das últimas duas décadas, não só na Alemanha de Leste, mas também na generalidade dos antigos países socialista do Centro e Leste Europeu, já para não falar da URSS, não testemunha qualquer progresso, por mínimo que seja, para o povo, mas antes um tremendo retrocesso económico e social que reduziu à miséria amplas camadas da população, condenou a juventude ao desemprego, privando a grande maioria de uma perspectiva optimista de futuro.
Não é por acaso que todos os anos o governo federal alemão promove um sondagem entre a população de Leste sobre as actuais condições de vida em comparação com a experiência da RDA socialista.
Apesar campanhas massivas de obscurecimento e criminalização do socialismo, os resultados de tais inquéritos têm sido invariavelmente decepcionantes para os seus promotores. A maioria dos alemães de Leste continua a preferir o socialismo e mostra-se desiludida com o capitalismo.
A última sondagem data de 26 de Junho. Os seus resultados, publicados no jornal Berliner Zeitung, são inequívocos: «a maioria dos inquiridos considera que a antiga República Democrática Alemã (RDA) tinha “mais aspectos positivos que negativos”.» «Passados 20 anos de anexação, 57 por cento da população da ex-RDA continua a defender o socialismo.» (Avante! n.º 1857).

O valor do socialismo
Já em 1992, no vergonhoso julgamento a que foi submetido pelas autoridades alemãs ocidentais, Erich Honecker, antigo chefe de Estado da RDA, declarou perante o tribunal de Berlim: «O único objectivo desde processo (...) [é] desacreditar totalmente a RDA e o socialismo na Alemanha».
Mas, sublinhou, «cada vez mais alemães de Leste constatarão que tinham as condições de vida menos deformadas na RDA do que os alemães ocidentais com a economia “social” de mercado; que as crianças da RDA, nas creches, jardins-de-infância e escolas cresciam mais felizes, menos preocupadas, mais bem formadas e mais livres que as crianças da RFA (...). Os doentes constatarão que, apesar dos seus atrasos técnicos, o sistema de saúde da RDA os considerava como pacientes e não como objectos comerciais (...) Os artistas compreenderão que a censura da RDA, real ou imaginada, não era tão hostil aos artistas como a censura do mercado (...) Reconhecerão que na vida quotidiana, em particular no local de trabalho, tinham na RDA uma liberdade inigualável.»

Kommentare

  1. Por acaso já tinha lido o artigo num outro blog, aqui esperava que tivesse uma apreciação de como vê as acusações referidas no artigo, mas limitou-se a transcrever o seu conteúdo. assim as minhas dúvidas de como é realidade da queda vista por quem é português e está aí mantém-se desconhecida face ao artigo.

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  2. AHAHAHAHAH, os comunistas são impagáveis.
    digo-te uma coisa, ainda bem que os temos, agora que não mandam nada. o potencial risível é enorme de cada vez que abrem o bico para transmitir uma qualquer opinião.

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  3. Não compreendo onde quer chegar com este post.

    A aspiração do povo da RDA era a liberdade e a democracia e não a ditadura do centralismo democrático que por efeitos históricos foram implementados à força dividindo um povo.

    A opinião dos comunistas!? Que interessa? Já estão fora da história.

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  4. O PCP não aprendeu nadinha com a História.É pena!

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  5. à ematejoca
    o comentário do Tiago R no meu blog Mente Livre sobre este tema, dá também uma outra visão do processo, madura e consciente, de uma forma livre apesar de ideologicamente diferente da minha.

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  6. Essas citação não me parece lamentar a queda do mudo de Berlim mas sim a campanha feita nas comemorações...

    Para mim isso é pura distorção... Mesmo não sendo comunistas...

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  7. L O L
    (Laughing Out Loud)

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  8. Estive fora uns dias, mas fui ler todos os teus posts sobre o Muro e cometo neste: excelentes!

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