Alberto Carneiro em Matosinhos ~ Escultura e desenho concebidos durante o período de mais de duas décadas, a partir de hoje e até 11 de Abril

A Ecologia como fonte de inspiração artística

Desenho e esculturas de Alberto Carneiro, criadas ao longo de duas décadas, constituem a exposição "As árvores como os rios correm para o mar", a inaugurar este sábado, às 17 horas, na Galeria Municipal de Matosinhos. Patente até 11 de Abril.

É, indiscutivelmente, um dos maiores nomes da Escultura contemporânea portuguesa, tendo obtido o maior galardão de artes plásticas em Portugal - o Prémio Casino da Póvoa. Agora, aceitou o convite formulado há uns meses pela Autarquia matosinhense e decidiu expor desenhos e esculturas criados entre 1983 e os dias de hoje.
São obras que integram a sua colecção particular e que traduzem, naturalmente, a linguagem estética que vem trabalhando ao longo dos anos. Alberto Carneiro elegeu, quase por obsessão, as árvores como principal fonte de inspiração do seu trabalho escultórico. A madeira é, por excelência, o material que emprega na criação das suas múltiplas peças.
"As árvores como os rios correm para o mar" engloba 16 esculturas de grandes dimensões e quatro séries de desenhos a lápis. De acordo com o que disse ao JN, o resultado final desta mostra enquadra-se nas expectactivas, realçando uma forte harmonia e diálogo entre as obras e o espaço da galeria. "Considero que o resultado é positivo e está em sintonia com o que pensei. Aliás, a organização da exposição foi pensada em função do espaço, portanto permito-me dizer que foi produzido um bom diálogo entre escultura/desenho e espaço".
Acrescenta ainda que "o trabalho continuado e persistente de Alberto Carneiro é eco de um estremecimento longínquo, um tremor que da terra nos toma o corpo. Ele não esconde a perplexidade, deixa-nos no aberto, na clareira de um bosque, dentro do que nos é infinitamente próximo e que estranhamos".
Segundo o JN apurou, no próximo ano o Museu de Arte Contemporânea de Serralves vai realizar uma exposição retrospectiva sobre este artista plástico. O comissário será João Fernandes, director da instituição, no entanto, ainda não está decidido o conceito da mostra. Prevê-se que esta exposição contemple as obras mais significativas da sua carreira e que seja uma das maiores mostras até agora realizadas sobre este criador.
Recorde-se que Alberto Carneiro nasceu no Coronado, Santo Tirso e, durante 10 anos, até aos 20, estudou o ofício de santeiro nas oficinas de arte sacra da sua terra. Frequentou ainda a Escola de Belas Artes do Porto (ESBAP) e a Saint Martin's School of Art de Londres. Foi professor na ESBAP e na Universidade de Coimbra e em 1963 fez a sua primeira exposição individual.
Foi ainda o representante de Portugal nas bienais de Paris, Veneza e São Paulo.

Kommentare

  1. nossa, que lindo. beijos, pedrita

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  2. Muito gostaria de ter uma escultura de Alberto Carneiro por me identificar com o seu universo.

    Vou deixar aqui um excerto do seu Manifesto de Arte Ecológica, um dos primeiros da História de Arte:

    "Uma nuvem, uma árvore, uma flor, um punhado de terra situam-se no mesmo plano estético em que nos movemos, são parte integrante do nosso mundo, são um manancial de sensações vindas de todos os tempos, através duma memória que tem a idade do homem." (Dezembro de 1968)

    Penso que neste fluir do tempo o rio e a árvore tenham essa representatividade cósmica presente na sua obra.

    Beijinhos
    Isabel

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  3. Olá Teresa

    Alberto Carneiro ... Há tanto tempo que não ouvia falar neste escultor. De repente veio-me à memória algo que vi talvez no início da sua carreira e que foi oferecido a um Provedor de uma Ordem do Porto.
    Era uma pequena escultura em madeira laminada que encimava uma pequena queda de água existente na quinta e junto da qual foi construída a capela. Não me recordo se representava um anjo, um santo ou até a virgem. Sei que era uma figura tosca ... mas já lá vão muitos anos.

    Obrigada por este flash back e tenho a impressao de que irei à exposição.

    Quanto ao coração de ouro ....

    Obrigada por me ver assim, mas não. Sou humana e não sei o que faria numa circunstância daquelas, mas acredito que era capaz de me esquecer de mim ...
    Fi-lo algumas vezes na escola problemática, mas julgo que aí funciona mais o nosso instinto maternal que a nossa bondade.

    De qq forma, obrigada.

    Eu nem precisava de ler o último comentário porque o 1º não me levantou qq dúvida. O que acho é que existem pessoas ... bom não quero fazer juízos de valor.
    Continue a dizer e a fazer o que o coração lhe ditar, porque de outra forma estas linhas não têm sentido.

    Bom fim de semana
    Licas

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  4. A última exposicao que vi do Alberto Carneiro foi em 2003 na Galeria Fernando Santos no Porto.

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  5. Teresa hoje não vou ver a exposição, a última que vi dele foi também na Galeria Fernando Santos há dois anos.

    Hoje estou no bem-bom, que quer dizer em casa e a olhar para o meu sofá branco sujo das patinhas do meu Ellison que andou no meio da terra.

    Ele dorme e eu é que limpo.

    Beijinhos
    Isabel

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  6. Tem razão Teresa, faltou-me a informação da gráfica, passou-me despercebido, de qualquer forma, o facto de ter sido lá imprimido, "penso", que não é lá vendido obrigatoriamente, mas assim que falar com o meu pai ele diz-me.

    Já falei com ele depois da publicação, mas desse assunto não, meteram-se coisas pelo meio.
    Hoje já falei com ele ao telemóvel mas estava num evento qualquer e não se ouvia nada.

    Estou à espera de um telefonema dele.

    Assim que fale pergunto-lhe logo.
    Eu penso que não é fácil encontrar em todo o lado precisamente por serem edições dele, não tira aos milhares, mas um nº mais restrito, e a maior parte é para oferecer e parte para a Câmara que fica sempre com muitos exemplares é o que eu sei, mas disso não falamos muito...!
    Casa de ferreiro....!
    Até logo, resto de bom fim de semana também.
    Isabel

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  7. Acabei de jantar e venho numa corrida. Hoje ao acordar lembrei-me da ideia da cadeira. Espero é que a Ema se ria com as minhas histórias.

    E agora vou, não a correr, mas levantando voo.

    Beijinhos
    Isabel

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  8. Ai, e eu que estive em Matosinhos há dois dias - bom, também não dei o tempo por mal empregue - tive que me «bater» com umas quantas sapateiras e camarões... obrigado, Amorim!


    Muitos beijinhos!!! Bom fim-de-semana!!!

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