As cartas ao escritor americano Nelson Algren, publicadas em 1997, revelam a autora de "O Segundo Sexo" como uma mulher veemente apaixonada!

Nelson Algren

Kommentare

  1. Já vim, já fui a pensar que Sartre não sabia amar, comprometido com a vida académica, por isso é natural que um escritor americano tivesse sabido seduzir o lado feminino de Beauvoir. Será que nenhum homem pode ter dois em um só? O fascinante apelo do intelecto e a compreensão do mundo feminino? Porque Beauvoir tinha e cultivava esse lado, as unhas impecavelmente pintadas, tal como Virginia Woolf, ícone da modernidade, múltipla no seu ser.

    Talvez esta interrogação tenha vindo de um possível reflexo, da minha experiência com as torres de marfim de alguns académicos, incapazes de terem a coragem de viver. Por isso sempre admirei os escritores norte-americanos, sempre valorizei o seu empirismo, ao contrário dos existencialistas franceses, afinal de contas desiludidos do mundo.

    Beijinho Teresa
    Isabel

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  2. Estava tão bom o comentário Teresa, gosto tanto de falar sobre estas coisas que não são apenas do foro intelectual, mas da vida que passa ao lado e que deixamos fugir. É complicado para qualquer mulher viver, ou manter-se fiel ao seu pensamento. Não sei se alguma vez a Simone de Beauvoir se arrependeu por não ter tido filhos, eu só há pouco tempo pensei nisso seriamente, por pensar ter encontrado uma pessoa que eu achava ter o perfil para pai dos meus filhos e muitas vezes vejo as montras de roupa para meninas. E ficou este vazio que agora é irrecuperável de preencher.

    Será que vale a pena o resto sem a experiência da maternidade? Eu digo que não, há sempre um sentimento de ausência, ou falhanço. Escrever aprende-se, pintar aprende-se, tudo se aprende na vida e quem nunca teve filhos não pode aprender nem entender o que significa ser mãe.

    Por isso ser Mutter Teresa é mais importante do que outra coisa qualquer.

    Beijinhos
    Isabel

    p.s. não sei se escrevi bem Mutter.

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  3. Olá Teresa

    Já deixei a resposta no artista maldito, mas trouxe-a comigo.
    Há quem diga que estas mulheres são secas e frias,precisamente por terem um pensamento próprio e elaborado. É como se a mulher fosse predestinada para um papel de passividade, é curioso nenhuma delas ter sido mãe e terem desenvolvido o seu lado intelectual. Como castigo, há quem as tenha como mulheres secas, tiveram capacidade de se elevarem ao nível do pensamento abstracto, curiosamente presente nestas três mulheres. Curioso é também o facto de Simone de Beauvoir ter obtido a cátedra muito nova e primeiro do que Jean-Paul Sartre.
    Quanto à secura eu pergunto o mesmo, o que significa isto? Será força de carácter? Ou será medo da coragem? É que qualquer opção da mulher parece estar sujeita a categorizações.
    Por isso digo que continua a não ser fácil ser mulher, ela será sempre sujeita a julgamentos. Quando vive com intensidade, quando é capaz de se expor, quando fala sobre si mesma, quando é genuína.
    Nunca me esqueci do que o meu Pai uma vez me disse acerca de um tio meu padre:"O teu tio dizia que é preferível uma mulher ser alegre e verdadeira do que uma que se quer passar por santa e não tansmite nada de si mesma".
    Ora estas mulheres souberam ir ao fundo de si mesmas e isso é transgressão da ordem.

    Beijinhos
    Isabel

    p.s.mas adorava ter tido uma rapariga para dançar com ela e deixá-la ser livre. Foi pena, mas não choro por isso. Chorei foi pelo suposto pai!!! Por isso disse que os académicos se refugiam em torres de marfim, já que eu de intelectual não tenho nada, sou impulsiva e espontânea. Enquanto escrevia este comentário recebi um dos muitos, por dia, da minha Mãe para me perguntar se estava a sentir muito frio. Mentalidades, nunca eu me lembraria de fazer semelhante pergunta e, no entanto, muito longe estou de ser seca ou fria. Mas este é o comportamento padrão.

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