Passeio pelas ruas de Lisboa evoca visitas de Camilo Pessanha à capital

No Público
Um passeio evocativo do poeta Camilo Pessanha vai percorrer as ruas de Lisboa no sábado, lembrando as esporádicas visitas do poeta – residente em Macau desde os 27 anos – à capital portuguesa, onde se deslocava para tratamentos de saúde. “Os retornos ao país perdido” é o nome da iniciativa promovida pela Associação Wenceslau de Moraes.
“Ao longo de todo o percurso serão lidos textos que ilustram a presença de Camilo Pessanha nos lugares visitados”, disse Pedro Barreiros, presidente da associação.
Com começo marcado para as 9h00, no Café Nicola, no Rossio, o passeio vai passar pelo Largo D. João da Câmara, ao lado do Teatro Nacional D. Maria II, onde ficava o Café Martinho.
Segue-se uma subida até à Trindade e Largo Rafael Bordalo Pinheiro, e uma descida da Rua do Alecrim até ao Cais do Sodré, onde ficava o Café Londres, frequentado pelo poeta autor de “Clepsidra”.
Daí, um eléctrico levará os participantes ao Museu do Oriente, onde vai ter lugar uma visita guiada às peças da colecção de Camilo Pessanha, que ali estão expostas, depois de terem passado várias décadas escondidas nas caves do Museu Machado de Castro, em Coimbra.

Kommentare

  1. Clepsidra é o único livro de Camilo Pessanha, e é o marco do simbolismo em Portugal.

    Rita

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  2. VIOLONCELO

    Chorai arcadas
    Do violoncelo!
    Convulsionadas,
    Pontes aladas
    De pesadelo...

    De que esvoaçam,
    Brancos, os arcos...
    Por baixo passam,
    Se despedaçam,
    No rio, os barcos.

    Fundas, soluçam
    Caudais de choro...
    Que ruínas (ouçam)!
    Se se debruçam,
    Que sorvedouro!...

    Trémulos astros...
    Solidões lacustres...
    - Lemos e mastros...
    E os alabastros
    Dos balaústres!

    Urnas quebradas!
    Blocos de gelo...
    - Chorai arcadas,
    Despedaçadas,
    Do violoncelo.

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