Livro digital ultrapassa papel dentro de dez anos

No Jornal de Notícias

Os livros electrónicos vão ultrapassar o volume de negócios dos livros de papel dentro de 10 anos. A conclusão resulta de um inquérito realizado entre mil profissionais do sector de 30 países presentes na Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha.
A 60ª edição da Feira do Livro de Frankfurt, que conta a participação da Turquia como país convidado, reúne cerca de 7 mil expositores de 101 países e mil autores. Os livros clássicos representam 42% do total da exposição, que concorrem com o restante volume constituído por livros electrónicos, DVD's, audiolivros, entre outros.
O brasileiro Paulo Coelho, a ser homenageado em Frankfurt, esta quarta-feira, já ultrapassou os 100 milhões de exemplares vendidos. O escritor colocou na sua página na Internet uma cópia gratuita de "O Alquimista", o seu livro mais famoso.
"No primeiro ano, as vendas passaram de 1.000 para 10 mil cópias. No segundo, subiram para os 100 mil. E até agora foram vendidos 10 milhões de livros na Rússia", assinalou, em declarações colhidas pelo El País.
"Durante 15 séculos, o livro tradicional demonstrou ser intransponível. Mas os livros digitais estão a reclamar o seu espaço e tudo indica que chegará o momento em que o digital superará o papel. Mas são precisos uns quantos anos, o que nos dá - aos editores, autores e escritores - um tempo precioso antes da rede nos alcançar", acrescentou.
O inquérito encomendado pela feira revela quatro conclusões principais relativamente ao sector. A indústria poderá sobreviver à avalanche digital, mas a influência da China na edição digital irá triplicar. Os consumidores, a Google e Amazon impulsionarão a mudança digital e os livros electrónicos irão ultrapassar os livros tradicionais em 2018. Por fim, a venda de livros pela Internet terá sido o acontecimento mais importante do mundo da edição nos últimos 60 anos.
Outra preocupação por parte dos editores é a influência da crise financeira global no sector do livro. Alguns editores espanhóis registaram uma ligeira descida das vendas de livros com pouca tiragem, enquanto que as vendas dos livros de grande nome se mantêm.
"O sector do livro segue as suas próprias regras, a par de uma crise financeira internacional", afirma Juergen Boos, director da Feira do Livro", acrescentando que "este facto foi demonstrado em estudos das principais editoras alemãs. Apesar de haver tantos pessimistas como optimistas entre os inquiridos, a opinião maioritária é a de que a situação económica dos editores seguirá uma tendência consistente".
"Os livros parecem ser bastante resistentes a ciclos económicos negativos, o que deixa claro o facto de os livros serem bens necessário, e não de de luxo", sublinhou.
A Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, é o maior encontro mundial do sector editorial, realizado desde 1949, atraindo anualmente mais de 7 mil expositores e 280 mil visitantes.

Kommentare

  1. Impossivel!
    Ninguem me tira o cheiro dos livros novos ^^

    Rita M.

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  2. Subscrevo por inteiro o que disse o anónimo. E acrescento: tenho - feliz ou infelizmente - grande experiência na leitura de ambos os formatos e não tenho a mínima dúvida quer sobre o prazer, quer sobre a eficácia da leitura em papel.

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