Música em mim de José Barcos

A música gira
e em círculos longos vai rodando sobre o parque
num abraco de ternura intocável.
Abracada à grande estátua
mergulha solene sobre o lago.
Os grandes círculos prendem os cisnes
que fascinados
sao levados
na morte que chega.
Absortos, como também tocados pela luz,
cruzamos os dedos nos gestos comuns de esp´ranca
e ficamos olhando, nos lagos onde os cisnes cantam,
o eterno azul dos nossos olhos.
E a música da chuva,
escorrendo pelos cantos do jardim,
chora nas folhas deste Outono
a dor longínqua que vai em mim


Kommentare

  1. Olá Teresa!

    Lindo poema. Identifiquei-me com estes versos: "E a música da chuva,
    escorrendo pelos cantos do jardim,
    chora nas folhas deste Outono
    a dor longínqua que vai em mim..."

    Gostei da imagem muito bem enquadrada com o tema e o conteúdo do poema.

    Beijinhos,

    Graça Mello

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  2. O poeta é/foi um amigo meu que já nao vejo há anos.
    Esta tarde ao fazer umas arrumacoes encontrei "Seiva e Sangue", que ele me ofereceu quando eu ainda vivia no Porto.

    Gosto de trazer aos meus leitores poesia de autores desconhecidos. Talvez nao seja uma poesia de 1a. àgua, como Pessoa, Torga, Cesário Verde, mas é uma descoberta para quem a le.

    O critério da minha escolha foi exactamente o verso que cita.
    Uma metáfora que se enquadra lindamente na estacao que acaba de chegar.

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