Falam as escolas em ruínas

A alma da infância é um passarinho;
Gorjeia o ninho e a escola chora:
Na infância cai a noite; e o ninho
Tem sobre as plúmulas d'arminho
A aurora.

A alma da infância é flor mimosa;
A escola é triste e a flor vermelha:
Na escola paira a c'ruja odiosa,
E sobre o cálice da rosa
A abelha.

Tu fazes, Pátria, as almas cegas,
Prendendo a infância num covil.
Aves não cantam nas adegas;
Se a infância é flor, porque lhe negas
Abril ? !

Guerra Junqueiro em Patria, 1890

Kommentare

  1. Não conhecia este poema de Guerra Junqueiro. Taç antigo e tão actual.
    .
    Razão têm quando dizem que os poetas é que sabem da razão das coisas.
    .
    Carpe diem!

    AntwortenLöschen

Kommentar veröffentlichen

Beliebte Posts aus diesem Blog

Tudo menos plano!