Ao responder ao seu comentário, questionando-a de forma tão directa, claro que para além, evidentemente, de não concordar com o comentário que fez, pretendi essencialmente fazê-la reflectir no que é para si ser religioso, e não apenas no que lhe parece ser... o que a leva a definir uma determinada pessoa como sendo "religiosa" e outras não. E em que medida vê com estranheza o facto de uma dita "pessoa religiosa" não poder acreditar nas teorias de Darwin. Claro que poderá encontrar muitas pessoas nas mais diversas religiões que de certeza corresponderão à “imagem” que construiu na sua mente do que é uma pessoa religiosa”, generalizar é sempre tentador, mas perigoso, porque podemos correr o risco de estarmos a fazer juízos de valor menos correctos! Mas calma, porque todos nós caímos nesta “tentação” de generalizar quando queremos “catalogar” algum povo… algum grupo… etc.No entanto no essencial a sua opinião acerca de religião e ciência mantém-se contrária à minha, pelo que vi neste seu comentário em que refere: Penso que Darwin ao escrever "A Origem das Espécies" pôs Deus de lado" nunca quis pôr Deus de lado (nunca li nada que dissesse que era ateu ou crente), mas apenas procurou saber quem somos... como aparecemos na terra e como evoluímos, nem que para isso tenha tido que desmistificar a versão sobre a criação do Homem da Bíblia. Ele não poderia nunca ignorar o que as provas... os factos reais lhe demonstravam, para simplesmente aceitar uma "história idílica" que nos é contada por homens que, no tempo em que viveram, não tinham conhecimentos suficientes para poderem explicar, à luz da ciência, o aparecimento do Homem na terra. Seria normal que criassem uma explicação bela e idílica! Para muita gente continua a ser preferível pensar que descendem de Adão e Eva e não de meros símios!Não sejamos radicais porque é perfeitamente possível as teorias de Darwin e a fé em Deus coexistirem pacificamente. Claro que para isso é necessário que tenhamos uma visão mais ampla da nossa própria fé, não pode ser uma fé “fechada” e estática, terá necessariamente de ser uma fé que se vai alterando ao longo da nossa própria vida, que vai evoluindo ao sabor dos nossas vivências, do nosso grau de conhecimento, das novas exigências dos tempos modernos. Todas estas “mutações” no nosso pensamento que vamos “sofrendo” vão necessariamente obrigar-nos a olharmos a fé de uma forma diferente, talvez até consigamos alcançar uma fé mais “madura”, que não nos deixará certamente “acomodarmo-nos” a meros dogmas... claro que isso nos "dá trabalho"... a fé dá "trabalho", mas ninguém nos disse que ter fé seria fácil... especialmente quando nos deparámos com cenários tão terríveis no nosso dia-a-dia. Quantas vezes questionamos a nossa fé?! São tantas que é melhor nem contar... mas isso também nos faz avançar e evoluir. Penso que acima de tudo deve haver sensatez na nossa fé... nada de fundamentalismos ou misticismo extremo, não há necessidade de complicar o que é tão simples... façamos o que Jesus, Madre Teresa de Calcutá e tantas outras mulheres e homens “bons”, que viveram a sua vida em prol do bem dos outros, nos tentaram ensinar: o essencial é respeitarmos e amarmos os outros como a nós mesmos. Isto sem esquecermos a ciência que felizmente nos leva a um melhor entendimento sobre o nosso próprio "eu", de onde vimos, o que somos, sobre o que mais nos afecta, e principalmente, na maior parte dos casos, nos faz ter esperança num futuro melhor… e numa sociedade melhor!Quanto à promessa que fez de nunca mais se meter ao "barulho", está a desiludir-me!... Pois a blogosfera, para mim, só faz sentido quando as pessoas "discutem" ideias, conceitos, opiniões... mesmo (ou especialmente) quando discordam. Se não houver partilha de ideias e opiniões, qual a utilidade dos blogs?Continue a fazer as suas críticas de forma sincera e sem "rodeios", porque eu continuarei atenta para poder também "meter-me ao barulho”!

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